Arcadismo
Arcadismo
– o que é?
O Arcadismo é um movimento
literário inspirado numa lendária região da Grécia antiga a Árcadia que segundo
as lendas era dominada pelos des pan e habitada por pastores que viviam de modo
simples e espontâneo se divertindo com músicas e disputas poéticas que
celebravam o amor e o prazer.
No Brasil
Data de inicio
O Arcadismo no Brasil
teve início no ano de 1768, com a publicação do livro “Obras” de Cláudio Manuel
da Costa.
Características
·
Apego aos valores da terra: a simplicidade na poesia e a ideia de abolir as
inutilidades (inutilia truncat) foram os objetivos dos arcades brasileiros.
Como a concentração foi em Minas Gerais, nasce um nativismo que incorporou os
valores da terra ao ideário da estática bucólica, em alta no arcadismo.
·
Incorporação do elemento indígena: a valorização do índio foi destaque
nesta época, era o reflexo do “bom selvagem”, de Rousseau, onde a natureza faz
o homem feliz e bom, mas a sociedade o corrompe.
·
Sátira política: um exemplo foi Cartas Chilenas, onde é bem clara a sátira
política aos tempos difíceis da exploração portuguesa e à corrupção dos
governos coloniais.
Momento histórico
Nesse período Portugal explorava suas colônias a
fim de conseguir suprir seu déficit econômico. A economia brasileira estava
voltada para a era do ouro, da mineração e, portanto, ao estado de Minas
Gerais, campo de extração contínua de minérios. No entanto, os minérios
começaram a ficar escassos e os impostos cobrados por Portugal aos colonos
ficaram exorbitantes.
Surgiu, então, a necessidade do Brasil de buscar
uma forma de se desvincular do seu explorador. Logo, os ideais revolucionários
começaram a se desenvolver no Brasil, sob influências das Revoluções Industrial
e Francesa, ocorridas na Europa, bem como do exemplo da independência das 13
colônias inglesas.
Enquanto na Europa surgia o trabalho assalariado, o
Brasil ainda vivia o tempo de escravidão. Há um processo de revoltas no Brasil,
contudo, a mais eloquente durante o período árcade é a Inconfidência Mineira,
movimento que teve envolvimentos dos escritores árcades, como Tomás Antônio
Gonzaga, Alvarenga Peixoto e Cláudio Manuel da Costa, além do dentista prático
Tiradentes.
Como a tendência é do eixo cultural seguir o
econômico, os escritores árcades são, na maioria, mineiros e algumas de suas
produções literárias são voltadas ao ambiente das cidades históricas mineiras,
principalmente Vila Rica.
Perfil literário
Encontrou expressão num grupo de poetas que
vivia em Minas Gerais, mas precisamente em Vila Rica, principal centro
econômico do país, no século XVIII. A publicação de OBRAS de Claudio Manuel da
Costa em 1768 é o MARCO INICIAL do Arcadismo no Brasil.
O Arcadismo caracteriza-se pelo começo da
valorização da obra literária que começa a tomar rumos nacionais. O sentimento
de apego a terra começa a aflorar tendo com referência a simplicidade da
natureza preconizada pela poesia árcade européia. O sentimento nativista
preeencherá as obras literárias, o índio passa a ser visto como herói e fonte
de inspiração.O arcadismo brasileiro se estende até o ano de 1836 data da
publicação de Suspiros poéticos e saudades de Gonçalves de Magalhães.
Autores e obras
·
JOSÉ INÁCIO DE ALVARENGA PEIXOTO (1743-1792):
Poesia Lírico-Amorosa (musa-pastora Bárbara): "Obras
Poéticas",coletânea de poesias reunidas por amigos e publicadas em
Paris (1865), sob o patronato de D. Pedro II. Destacam-se os poemas Bárbara
Heliodora(lira escrita na prisão) e Estela e Nize (soneto
lírico-amoroso). Muito de sua obra perdeu-se quando o Governo confiscou lhe os
bens em consequência da Inconfidência Mineira.
·
FREI
JOSÉ DE SANTA RITA DURÃO (1722-1784):
Poema Épico: "Caramuru" (Lisboa, 1871), poema
que exalta o descobrimento e a conquista da Bahia por Diogo Álvares Correia
(Caramuru). Composto à imitação direta de Os Lusíadas, de Camões, sem,
entretanto, utilizar-se da mitologia pagã. São dez cantos, escritos
em versos decassílabos e oitava rima camoniana. Obedece à divisão tradicional
das
epopeias: proposição, invocação, dedicatória, narrativa eepílogo.
·
MANUEL
INÁCIO DA [SILVA ALVARENGA] (1749-1814):
Poema
Heroico-Cômico: "O Desertor das Letras" (1774), publicado em
Coimbra, sob o patrocínio do Marques de Pombal. O poema enaltece as
reformas universitárias pombalinas.
Poesia Lírico-Amorosa (musa-pastora Glaura): "Glaura", coletânea de poemas madrigalescos, sua obra mais conhecida.
Publicada em Lisboa no ano de 1779 e dedicado a sua musa-pastora.
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JOSÉ
[BASÍLIO DA GAMA] (1741-1795):
Poema Épico: "O Uraguai" (1769); a obra mais importante de Basílio, narra a
luta dos índios de Sete Povos da Missão (no Uruguai) instigados pelos jesuítas,
contra as tropas portuguesas auxiliadas pelos espanhóis. O trecho mais
conhecido é o que descreve a morte de Lindoia, a índia que se deixa picar por
uma serpente, como prova de fidelidade e amor ao índio Cacambo, assassinado
pelos inimigos.
No aspecto formal, Basílio quebra a estrutura camoniana compondo a obra
em versos decassílabos brancos, sem rima, não é dividido em estrofes e consta
de apenas cinco cantos. Mas apresenta à divisão tradicional das epopeias:
proposição, invocação, dedicatória, narrativa e epílogo, embora inicie o poema
pela narração.
·
CLÁUDIO
MANUEL DA COSTA (1729-1789):
Poema
Épico: "Vila Rica" (1837), o poema narra, desde a fundação, a
história de Vila Rica, atual Ouro Preto e exalta os bandeirantes.
Poesia (musa-pastora Nise): "Obras
Poéticas" (1768), considerada como a primeira obra árcade brasileira.
Compõem-se de sonetos perfeitos na forma e na linguagem, porém, sem
profundidade em relação ao conteúdo.
·
TOMÁS
ANTÔNIO GONZAGA (1744-1810):
Poemas
Satíricos: "Cartas Chilenas", obra composta em versos decassílabos
brancos com a estrutura de uma carta, que circularam em Vila-Rica (Ouro Preto)
pouco antes da Inconfidência Mineira (1789). Satiriza, ferozmente, os desmandos
e a arbitrariedade do Governador de Minas Gerais até pouco antes da
Inconfidência.
Poesia
Lírico-Amorosa: "Marília de Dirceu", publicada em três partes nos anos de 1792, 1799 e 1812.
Coletânea de liras inspiradas em seu romance com Maria Dorotéia (Marília).
Apresenta-se dividida em duas partes: a primeira escrita quando ainda em
liberdade, e a segunda durante os sofrimentos do cárcere.
Em
Portugal
Data
de inicio
Em Portugal o Arcadismo
iniciou-se no ano de 1756
Momento histórico
O clima de revolução também
atingiu Portugal fortemente, que no começo do século XVIII, passava por sua
reestruturação. Em Portugal o Arcadismo iniciou-se no ano de 1756 com a
fundação da Árcadia Lusitana, entidade em que se reuniam intelectuais e artistas.
A Árcadia Lusitana tinha como lema o "inutilia truncat" (corta o que
é inútil) o que caracterizou todo o movimento no país retornando a
uma literatura mais simples.
Características
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Volta aos padrões clássicos
·
Visão simples do mundo
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Presença da Natureza
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Vida bucólica
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Perfeição formal
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Predomínio da razão (objetivismo)
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Universalismo
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Tranquilidade no relacionamento amoroso
Perfil
literário
Também conhecido como Neoclassicismo ou
Setecentismo, o Arcadismo é resultado de um conjunto de transformações ocorridas
na Europa no século XVIII: ascensão da burguesia e decadência da aristocracia,
ruptura com o mundo medieval e surgimento do Iluminismo.
Na tentativa de equiparar-se às grandes nações
europeias e satisfazer aos interesses da burguesia, Portugal inicia diversas
reformas econômicas, políticas, culturais e educacionais.
Em 1756, com a fundação da Arcádia Lusitana, inicia-se uma
nova etapa da literatura.
Autores e obras
·
Bocage
(Manuel Maria Barbosa du Bocage). Usava o pseudônimo Elmano Sadino: Idílios
Marítimos, Rimas (três volumes, 1791) e Parnaso Bocagiano. - Escreveu poesia lírica e satírica.
Com o passar dos anos, afasta-se da estética árcade –racional e pouco dramática – e envereda por uma
linha confessional e dramática que o situa como pré- romântico.
·
Filinto
Elísio - Versos (1797).
·
Correia
Garção - Obras Poéticas (1778); Teatro: Teatro Novo, Assembleia ou Partida.
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