segunda-feira, 31 de dezembro de 2012




DESIGUALDADE SOCIAL NO BRASIL


Resumo

         A desigualdade social é um fenômeno que ocorre quando algumas pessoas detêm mais capital, poder e/ou influência que outras. Constitui-se, portanto, em uma condição social que permite a determinadas pessoas ter maior visibilidade e qualidade de vida em detrimento de outras. É um fenômeno que ocorre principalmente em países não desenvolvidos ou em desenvolvimento.
         Existem dois principais pontos de vista sobre a desigualdade social. Um ponto de vista alinha com a teoria funcionalista e outro se alinha com a teoria do conflito. Há cinco formas de desigualdade social existentes: a desigualdade de gênero, a desigualdade racial, desigualdade entre castas, desigualdade entre idades e desigualdade entre classes.

         Pode-se dizer, também, que a origem da desigualdade social na humanidade está diretamente ligada à relação de poder, estabelecida desde o princípio dos tempos, popularmente conhecida como a 'lei do mais forte'.
         Já no Brasil, atualmente, a desigualdade social tem sido um cartão de visita para o mundo, o nosso país tem o terceiro pior índice de desigualdade em todo o planeta e, apesar do aumento dos gastos sociais nos últimos dez anos, apresenta uma baixa mobilidade social e educacional entre gerações. É um país com 190 milhões de habitantes, um terço da população dispõe de condições de educação e vida comparáveis às de um país europeu. Outro terço, entretanto, se situa num nível extremamente modesto, comparável aos mais pobres padrões afro-asiáticos. O terço intermediário se aproxima mais do inferior que do superior.
         Apesar de ser um país rico em recursos naturais e com um PIB (Produto Interno Bruto) figurando sempre entre os 10 maiores do mundo, o Brasil é um país extremamente injusto no que diz respeito à distribuição de seus recursos entre a população. Um país rico; porém, com muitas pessoas pobres, devido ao fenômeno da desigualdade social,  que é elevado.
         Uma das principais causas desse problema, existente nos países que vivem sob o sistema capitalista, é ocasionada, sobretudo, pela divisão social que existe entre os proprietários dos meios de produção e aqueles que para estes trabalham, permitindo a continuidade do empreendimento e gerando lucro para os proprietários. Como existem poucos proprietários que recebem a mais-valia e muitos trabalhadores assalariados que repartem o restante da renda proveniente da produção, forma-se a desigualdade social capitalista, na qual poucos dispõem de muito dinheiro e muitos dispõem de pouco.
         Já no Brasil uma das principais causas é a distribuição de renda que é considerada uma das mais desiguais de todo o mundo, perdendo apenas para alguns países africanos. Enquanto o dinheiro se concentra na mão de poucos, muitos não possuem condições nem para suprir as necessidades básicas, como educação e alimentação.
         A educação é o segundo fator para a desigualdade entre ricos e pobres no Brasil. Cursos de formação rápida promovidos pelo governo servem apenas para gerar estatísticas que diminuirão a pobreza financeira, mas não diminuirão e muito menos solucionarão os tormentos da sociedade. Estes cursos e cotas universitárias servem apenas para mascarar o desastre em que se encontra a educação pública brasileira.
         Tendo, então, como consequência de tudo isso os seguintes problema presentes, hoje, em qualquer sociedade desigual: a violência e criminalidade, desemprego, fome, guerras e conflitos civis, educação ainda mais precária e a pobreza.
         A solução para um problema complexo como a desigualdade social é o acesso a uma educação pública de qualidade. Outra solução seria a união dos grupos explorados e oprimidos se voltando contra a fonte da exploração que se encontra na raiz do sistema capitalista, sendo também importante que o acesso ao conhecimento seja democratizado para que se supere a alienação social.
         Entretanto no Brasil, o país precisa reestruturar a forma de pensar de uma grande parte da população. É importante investir na educação, no trabalho e na cultura. E que seja, aos poucos, reduzido o número de jovens, futuros adultos, “mendigando” nas ruas para sobreviver. Promover a reforma  agrária e multiplicar os mecanismos de transferência de renda, para promover de fato distribuição de  renda para os mais pobres. Tudo isso é dever do governo, pois recursos não faltam, o que falta é organiza-los e dividi-los de forma certa e justa para que todos possam ter uma vida digna, justificando os impostos altíssimos que pagam.
         Mas, no fundo, o que queremos dizer é que a superação das desigualdades sociais caminha junto com a democratização plena da sociedade, portanto lutar por democracia é também lutar pelo fim das desigualdades.

INTRODUÇÃO
       O trabalho tem como objetivo definir desigualdade social e enfatizar sobre o crescimento desse fenômeno no Brasil. Visa, também, trazer questionamentos sobre a situação social atual do nosso país, causas e consequências, apresentando soluções volúveis para que esse problema, drástico e inadequado no país considerado rico em recursos naturais, seja por fim, amenizado. Dando assim melhor qualidade de vida a milhões de brasileiros.

DESIGUALDADE SOCIAL, O QUE É?
       A desigualdade social é um fenômeno que ocorre quando, em determinadas sociedades, algumas pessoas detêm mais capital, poder e/ou influência que outras. Constitui-se, portanto, em uma condição social que permite a determinadas pessoas ter maior visibilidade e qualidade de vida em detrimento de outras. A desigualdade social pode ser legitimada ou não, isto é, pode ser aceita como uma condição natural dentro da sociedade por diversos fatores (religiosos, culturais, políticos etc.) ou pode ser contestada por ser tida como uma condição historicamente construída. 
       Na atualidade, por ser um fenômeno comum a todos os países, dado que decorre da própria lógica do sistema capitalista, a desigualdade social muitas vezes é legitimada sem que se tome consciência, utilizando as justificativas mais variadas, sejam elas baseadas em questões materiais ou simbólicas. No campo ambiental, as desigualdades são especialmente observadas quando percebemos que os benefícios e os danos de empreendimentos poluentes são mal distribuídos na sociedade. Por exemplo: todos sabem que lixões, pedreiras, areais e indústrias poluentes não são alocados em regiões nobres das cidades, mas sim em regiões pobres, afastadas dos grandes centros urbanos.

       Utilizando o argumento do “interesse público”, governos e empresas muitas vezes se unem no intuito de justificar a instalação de determinados empreendimentos em zonas pobres, onde geralmente habitam pessoas de baixa escolaridade e necessitadas de emprego e renda. Desta forma, conseguem convencer a opinião pública da importância social daquele empreendimento ao mesmo tempo em que atraem a aceitação da população local. 

       No entanto, o que sabemos é que as populações locais são fortemente afetadas pelos danos provenientes destes empreendimentos (contaminação e assoreamento de rios, lançamento de partículas tóxicas na atmosfera, poluição e erosão dos solos, contaminação de produtos agrícolas e recursos pesqueiros etc.), cujas “externalidades” causam degradação das condições ambientais, ocasionando diversos impactos sobre a saúde humana. São casos como estes que levaram ao surgimento de um movimento global por “justiça ambiental”, cuja atuação no Brasil tem sido crescente diante das ameaças que alguns empreendimentos que fazem parte do novo plano desenvolvimentista brasileiro representam às populações marginalizadas.


DUAS PRINCIPAIS TEORIAS DA DESIGUALDADE SOCIAL

       Existem dois principais pontos de vista da desigualdade social. Um ponto de vista alinha com a teoria funcionalista e outro se alinha com a teoria do conflito.

       Funcionalistas, teóricos acreditam que a desigualdade é inevitável e desejável e desempenha uma função importante na sociedade. Posições importantes na sociedade exigem mais treinamento e, portanto, deve receber mais recompensas. A desigualdade social e a estratificação social, de acordo com este ponto de vista, levar a uma meritocracia baseada na capacidade.

       Conflitos teóricos, por outro lado, ver a desigualdade como resultante de grupos com poder de dominar grupos menos poderosos. Eles acreditam que a desigualdade social impede e dificulta o progresso da sociedade como aqueles no poder reprimir o povo sem poder, a fim de manter o status quo. Posições são importantes, desde que aqueles no poder considerá-los a ser significativo.

 

FORMAS DE DESIGUALDADE SOCIAL

 

A desigualdade de gênero:

       Uma das principais formas de desigualdade social está na forma de gênero. A ênfase na desigualdade de gênero é confirmado da divisão de aprofundamento no papel atribuído a homens e mulheres em todas as esferas da atividade humana, particularmente nas esferas econômica, política e educacional. As mulheres são menos ativas em comparação com os homens em atividades políticas e processos de decisão.  A discriminação de gênero e desenvolvimento das mulheres é uma questão muito discutida, embora a consciência a respeito deste assunto é muitas vezes ignorado no nível mais baixo. O enfoque de gênero e desenvolvimento através da  análise de gênero , procura compreender os papéis, responsabilidades, recursos e prioridades das mulheres e homens dentro de um contexto específico, examinando os fatores sociais, econômicos e ambientais que influenciam as suas funções e capacidade de decisão. A prática de resultados macho-fêmea de diferenciação em privação estrutural da vida feminina.
       Tem-se observado que as questões mundiais, como o HIV / SIDA, o analfabetismo e pobreza são experientes mais por mulheres do que homens.  Garotas enfrentam problemas para acessar boa educação, o que limita suas oportunidades de sucesso. É importante para aumentar as taxas de matrícula em escola para meninas e garantir que elas tenham uma educação de qualidade segura, estável e boa.  A participação das mulheres no trabalho tem vindo a aumentar a nível mundial. Mas as mulheres são confrontadas com discrepâncias salariais e diferenças em relação ao que os homens ganham.  Isto é verdade globalmente, mesmo no setor agrícola e rural nos países desenvolvidos, bem como os países em desenvolvimento.  Um conceito importante relacionado com este é o teto de vidro efeito.  Refere-se à barreira invisível, inalcançável ainda que mantém as minorias e as mulheres de subir aos degraus superiores da escada corporativa, independentemente das suas qualificações e realizações. Este ainda é praticada por muitos países, diminuindo as chances das mulheres para se destacar. Ele impede as mulheres de sucesso a fazer o uso máximo do seu potencial, o que é um custo para as mulheres, bem como o desenvolvimento da sociedade.  Garantindo as mulheres que elas têm direitos,  promovendo um sentimento de pertença que motiva as mulheres a contribuir para a sociedade. Uma vez acessível ao trabalho, as mulheres devem ser intituladas à segurança no emprego, um ambiente seguro e precisam ser protegidas contra a violência baseada no género .

 A desigualdade racial:

       A desigualdade racial é o resultado de distinções hierárquicas sociais entre raças de pessoas dentro de uma sociedade, que são geralmente designados com base em características como cor da pele e outras características físicas ou lugar de um indivíduo de origem ou cultura. Tratamento desigual e de oportunidades entre os grupos raciais é geralmente o resultado de algumas corridas sendo considerados superiores aos outros. estereótipos é quando as pessoas formam suposições sobre as tendências e características sociais de certos grupos sociais, muitas vezes incluindo grupos étnicos. Conteúdo na televisão, jornais e internet tem um grande papel na promoção noções preconcebidas de corrida. Este, juntamente com a xenofobia e outras formas de discriminação continuam a ocorrer em sociedades com o surgimento da globalização. 
 Desigualdade entre castas:
       O sistema de castas é um tipo de desigualdade social que existe principalmente na Índia , bem como Nepal , Bangladesh , Paquistão , Japão , Coréia , e muitas culturas de África .  A casta pode ser dependente de uma ocupação (funcional) ou com base em origem ou de nascimento (hereditária).  Há muitas vezes uma série de restrições atribuídos a pessoas de castas mais baixas, tais como restrições à partilha de comida e bebida com membros de outras castas, restrições a ir a certos lugares, os executores de endogamia , e a utilização de castas baseando-se no vestir e hábitos alimentares.  Essas restrições podem ser aplicadas através de violência física ou exploração .

Desigualdade entre idades:

       A discriminação de idade é definida como o tratamento injusto de promoções, recrutamento, ou privilégios por causa da idade de uma pessoa. A discriminação de idade é discutido principalmente como sobre o ambiente de trabalho, no entanto, que nem sempre é o caso. O critério da idade é estereotipar e discriminar contra indivíduos ou grupos por causa de sua idade. É um conjunto de crenças, atitudes, normas e valores utilizados para justificar prejuízo idade base, a discriminação e a subordinação.  Alguns argumentam que Adultism é uma forma de discriminação por idade que é tendenciosa contra crianças e pessoas sob a idade adulta legal . Isto inclui as crianças não permitidas em determinados estabelecimentos, restaurantes ou locais de trabalho, após um determinado período de tempo ou em todos. Enquanto algumas pessoas podem beneficiar ou aproveitar essas práticas, alguns acham ofensivas e discriminatórias.

Desigualdade entre classes:

       Classe pode ser definida como uma grande categoria de pessoas igualmente classificados localizados em uma hierarquia e distinto de outras grandes categorias na hierarquia por traços tais como a ocupação, educação, renda e riqueza.  Os membros de diferentes classes têm variado acesso aos recursos capitais, afetando a sua colocação no sistema de estratificação social.  Tome escolaridade, por exemplo, famílias de classe média tem mais dinheiro para gastar em educação, usando para isso os custos, tais como ensino privado, tutoria, ou pagamentos da faculdade.  Porque o sistema americano de financiamento de escola pública depende muito de impostos sobre a propriedade, as crianças mais ricas residem m melhores escolas, turmas menores, professores melhor remunerados, e fontes de maior qualidade.  O capital de uma família cultural pode afetar a educação das crianças de diferentes maneiras. Capital Cultural é um conjunto de perspectivas amplamente partilhados, conhecimentos, habilidades e comportamentos passados ​​de uma geração para a seguinte. Enquanto o capital cultural, social e humano influencia muitos aspectos da vida de alguém, mas também influencia os povos no acesso ao emprego é assim, o capital financeiro.

CONTEXTO HISTÓRICO


        A origem da desigualdade social na humanidade está diretamente ligada à relação de poder, estabelecida desde o princípio dos tempos, popularmente conhecida como a 'lei do mais forte'.

        O homem primitivo sempre teve seu lugar de destaque, constituído através da força e da inteligência, onde, por meio de combates e meios de ação mais elaborados, através de um uso mais bem direcionado das aptidões recentemente descobertas, estabelecia domínio e liderança sobre os demais, gerando, assim, as primeiras relações de desigualdade social conhecidas no mundo. Uns detinham as melhores partes da caça, as melhores companheiras sexuais, as melhores habitações, enquanto que outros eram fadados a morrer de fome ou nos próprios enfrentamentos, com os seus semelhantes mais fortes e inteligentes.

       Os aspectos mais relevantes e simples para se estabelecer a diferenciação e logo, a desigualdade entre homens, são os físicos e sociais. Ao longo dos séculos, com a evolução da humanidade, essas relações de desigualdades sociais também apresentaram um aumento em reflexo de como se davam essas mudanças.

       Com o advento das relações comerciais, os tipos de desigualdades sociais foram se tornando mais e mais complexos e crescentes, principalmente com a consolidação do capitalismo, com a colaboração e a expansão da industrialização. A antiga sociedade medieval estava, então, sendo transformada, inclusive nos tipos de desigualdades que antes se davam só na relação de poderio entre senhores e vassalos, monarquia e plebe. Com a revolução industrial e a crescente relação comercial estabelecida em todo o mundo, passa a se ter isso em todo o contexto social, e em esferas mais específicas das camadas sociais, como patrão e empregado, por exemplo.

         O capitalismo, como uma das suas principais características, tem o acúmulo do capital para girar a “roda da economia”. Então, quem detém o capital é quem tem as melhores condições de moradia, acesso aos recursos, educação, etc. Enquanto  isso, quem está do outro lado como “engrenagem do sistema”, os trabalhadores que não detêm a renda nem o capital, estão na extremidade inferior da relação.  Logo, percebe-se um contexto de desigualdade social, gerada primordialmente pela diferenciação econômica entre pessoas e pessoas, classes e classes, sociedades e sociedades, etc.
 
DESIGUALDADE SOCIAL NO BRASIL

       No Brasil, a desigualdade social tem sido um cartão de visita para o mundo, pois é um dos países mais desiguais. Segundo dados da ONU, em 2005 o Brasil era a 8º nação mais desigual do mundo.
       O Brasil é rico, mas não é  justo. Aqui temos uma das piores  distribuições de renda do planeta. Entre os 15 países com maior diferença  entre ricos e pobres, 10 se encontram na América Latina e Caribe. Mulheres  (que recebem salários menores que os homens), negros e indígenas são os mais  afetados pela desigualdade social. No Brasil, apenas 5,1% dos brancos  sobrevivem com o equivalente a 30 dólares por mês (cerca de R$ 54) O  percentual sobe para 10,6% em relação a índios e negros. 
       Em pesquisa realizada pelo IBGE nos anos de 2008 e 2009, detectou-se que a família brasileira gasta cerca de 2.626,31 reais em média por mês. As famílias da região Sudeste gastam 3.135,80 reais contra 1.700,26 das famílias do Nordeste. Essa desigualdade no gasto mensal das famílias também é percebida entre as áreas urbana e rural.
       A atual disposição da renda brasileira possui fatores históricos enraizados desde os tempos das capitanias hereditárias que concentravam a posse de terras, da escravidão que gerou uma massa de pessoas desassistidas e das monoculturas que não permitiam um maior acesso ao alimento e à riqueza gerada pela terra.
       A persistente desigualdade brasileira a fatores que remontam ao Brasil colônia, pré-1930 – a máquina midiática, em especial a televisiva, produz e reproduz a ideia da desigualdade, creditando o “pecado original” como fator primordial desse flagelo social e, assim, por extensão, o senso comum “compra” essa ideia já formatada –, ao afirmar que são três os “pilares coloniais” que apoiam a desigualdade: a influência ibérica, os padrões de títulos de posse de latifúndios e a escravidão.
       É evidente que essas variáveis contribuíram intensamente para que a desigualdade brasileira permanecesse por séculos em patamares inaceitáveis. Todavia, a desigualdade social no Brasil tem sido percebida nas últimas décadas, não como herança pré-moderna, mas sim como decorrência do efetivo processo de modernização que tomou o país a partir do início do século XIX. Junto com o próprio desenvolvimento econômico, cresceu também a miséria, as disparidades sociais – educação, renda, saúde, etc. – a flagrante concentração de renda, o desemprego, a fome que atinge milhões de brasileiros, a desnutrição, a mortalidade infantil, a baixa escolaridade, a violência.
       Apesar de ser um país rico em recursos naturais e com um PIB (Produto Interno Bruto) figurando sempre entre os 10 maiores do mundo, o Brasil é um país extremamente injusto no que diz respeito à distribuição de seus recursos entre a população. Um país rico; porém, com muitas pessoas pobres, devido ao fenômeno da desigualdade social,  que é elevado. 
       É verdade que nos últimos dez anos  o governo brasileiro investiu na redução da miséria. Nem por isso se conseguiu  evitar que a desigualdade se propague entre as futuras gerações. Segundo a  ONU, 58% da população brasileira mantém o mesmo perfil social de pobreza entre  duas gerações.
       Porém, ouve, sim, melhoras em  nosso país. Entre 2001 e 2008, a renda dos 10% mais pobres cresceu seis vezes  mais rapidamente que a dos 10% mais ricos. A dos ricos cresceu 11,2%; a dos  pobres, 72%. No entanto, há 25 anos, de acordo com dados do IPEA, este índice  não muda: metade da renda total do Brasil está em mãos dos 10% mais ricos do  país. E os 50% mais pobres dividem entre si apenas 10% da riqueza  nacional.


CAUSAS DA DESIGUALDADE SOCIAL

       A desigualdade social que existe nos países que vivem sob o sistema capitalista é ocasionada, sobretudo, pela divisão social que existe entre os proprietários dos meios de produção e aqueles que para estes trabalham, permitindo a continuidade do empreendimento e gerando lucro para os proprietários. Este lucro, que garante a renda dos proprietários, é gerado pela mais-valia, isto é, uma parte da produção do trabalho que não é paga aos trabalhadores, indo direto para as mãos dos proprietários do empreendimento. Como existem poucos proprietários que recebem a mais-valia e muitos trabalhadores assalariados que repartem o restante da renda proveniente da produção, forma-se a desigualdade social capitalista, na qual poucos dispõem de muito dinheiro e muitos dispõem de pouco. Essa pequena elite privilegiada, proprietária dos meios de produção, foi chamada de burguesia, e a grande massa de trabalhadores que compõem a mão de obra foi chamada de proletariado, sendo que, ao longo dos anos, com a complexificação das relações sociais, outras classes foram surgindo (como a classe dos intelectuais e administradores, os detentores do conhecimento que compõem a classe média e permitem a perpetuação do sistema).

CAUSAS DA DESIGUALDADE SOCIAL NO BRASIL

       Vivemos em uma sociedade capitalista que acaba por tornar o mundo todo desigual, principalmente no fator economia. O problema de Desigualdade Social surge, em sua maioria (mas não prioritariamente) em países não desenvolvidos ou em processo de desenvolvimento, como o Brasil. Diversos fatores contribuem para a Desigualdade Social: desigualdade de gênero, de raça, de escolaridade, entre outros. Porém, o fator principal da Desigualdade Social do mundo é má distribuição de renda.
       No Brasil, a distribuição de renda é uma das mais desiguais de todo o mundo, perdendo apenas para alguns países africanos. Enquanto o dinheiro se concentra na mão de poucos, muitos não possuem condições nem para suprir as necessidades básicas, como educação e alimentação. Mesmo com a classe C em evidência nesse momento da economia brasileira, isso não torna a economia deliberadamente estável ou ideal.
       A ONU mostra ainda, nesse estudo, como principais causas de tanta desproporcionalidade social, a falta de acesso à educação de qualidade, uma política fiscal injusta, baixos salários e dificuldade da população em desfrutar de serviços básicos oferecidos pelo Estado, como saúde, transporte público e saneamento básico.

EDUCAÇÃO E DESIGUALDADE SOCIAL NO BRASIL

       A educação é o segundo fator para a desigualdade entre ricos e pobres no Brasil. As classes altas terão sempre uma visão do mundo bastante ampla. O trabalho, o estudo e a cultura são diretrizes do seu desenvolvimento. Têm objetivos e perspectivas bem grandes. Formam um grupo elevado, que estará sempre no centro de uma sociedade dividida. Ou seja, tudo o que acontece nesta sociedade, gira em torno deste grupo. Já as classes baixas apresentam uma visão arcaica do mundo. Seu principal objetivo é a busca por dinheiro. Este grupo se contenta em ser a periferia e satisfazer o interesse da primeira classe.


       No Brasil, em cada grupo de 100 habitantes, apenas 9  possuem diploma universitário. Basta dizer que, a cada ano, 130 mil jovens, em  todo o Brasil, ingressam nos cursos de engenharia. Sobram 50 mil vagas... E  apenas 30 mil chegam a se formar. Os demais desistem por falta de capacidade  para prosseguir os estudos, de recursos para pagar a mensalidade ou  necessidade de abandonar o curso para garantir um lugar no mercado de  trabalho. 

       A educação deve ser responsável por ampliar os horizontes dos alunos, criar neles um pensamento de grandeza. Logo que mudarmos a personalidade social vigente no Brasil, o que levará tempo, teremos uma facilidade muito maior em resolver problemas sociais e fazer de nosso país um lugar muito melhor e mais justo. Cursos de formação rápida promovidos pelo governo servem apenas para gerar estatísticas que diminuirão a pobreza financeira, mas não diminuirão e muito menos solucionarão os tormentos da sociedade. Estes cursos e cotas universitárias servem apenas para mascarar o desastre em que se encontra a educação pública brasileira.

CONSEQUÊNCIAS DA DESIGUALDADE SOCIAL

       A desigualdade social, por si, já é uma consequência da forma de distribuição de riquezas e benefícios sociais do sistema capitalista. No entanto, essa desigualdade desencadeia uma série de outras consequências para a sociedade, todas elas derivadas da luta de classes. Talvez a mais evidente seja a violência crescente que se observa em nível mundial, em especial dentro dos grandes centros urbanos dos países capitalistas, onde as desigualdades sociais são mais marcantes. 
       Abaixo, a contextualização de alguns desses fenômenos em relação à desigualdade social.
Violência e criminalidade:  
       A violência é um tipo de comportamento que, como consequência, causa dano a uma pessoa ou grupo de pessoas, ou objeto,  e viola a integridade física ou psicológica do indivíduo. É a força física ou psicológica empregada de maneira excessiva e danosa a outrem. E a criminalidade é, para o Direito uma conduta atípica,  passível de culpa, a qual viola um código de leis ou constituição praticada por seres humanos, e vulgarmente tida como um ato que transgredi o princípio da moralidade. 

       Violência e criminalidade são fenômenos que costumam precederem-se entre si e que, na maioria dos casos, pode ser explicado como consequência da desigualdade social.
        
       Pessoas sem acesso a uma boa educação, até mesmo por parte dos pais, e que sofrem omissão do estado, não tendo condições básicas de subsistência, acabam se influenciando, ora por tendência natural da psique humana, ou por influência do meio social onde vivem, a praticar atos delituosos e violentos, como forma, em suas próprias concepções de adquirir meios financeiros, ou mesmo de luta contra a desigualdade imposta.

       Como resultado, observam-se, em países e regiões que sofrem com a desigualdade social, altos índices de homicídios e delitos praticados pelos indivíduos em geral, mais carentes de recursos e tendenciosos a atos desse tipo. 

       Vale ressaltar que esses fenômenos não ocorrem como regra da consequência de desigualdades sociais, haja vista que a maioria da população que é afetada pela desigualdade, não recorre a meios violentos ou ilícitos para driblar essa realidade, sendo esses fenômenos explicados, nesses casos, por traços de personalidades individuais. 


Desemprego:      
      É a média da população que, com a sua força de trabalho, não está devidamente alocada em um emprego.

      É um fenômeno com maior índice, observado principalmente em países subdesenvolvidos, cuja economia não cresce em proporção ao crescimento demográfico da população, que, por sua vez, não encontra meios de alocação no mercado de trabalho, por consequência de outros fenômenos como a educação precária, e mecanização da maioria dos meios de produção.

     Observa-se  o desemprego como outra consequência da desigualdade social, uma vez que quem detém a renda numa sociedade, tem acesso a uma melhor capacitação profissional e educacional, que subsidia a empregabilidade de um cidadão.

Fome:
       É o nome dado à sensação fisiológica, sentida pelo corpo, de ingerir alimentos para manter suas funções necessárias para a vida, quando esse corpo se encontra privado de alimentos.

       A fome é uma anomalia social e fisiológica, que traz também, em suas causas, a desigualdade social e suas consequências.

       Como causas sociais da fome, temos, entre outras: a guerra, conflitos civis, falta de acesso aos meios de produção e terras para cultivo de alimentos, invasões, má concentração de renda, dívida externa dos países que impedem o crescimento econômico, refletindo em falta de alimento para a população, etc.

        Numa sociedade com desigualdade social latente, a fome é um problema que atinge a população de forma drástica.

Guerras e conflitos civis: 
        São conflitos que envolvem interessesgerando  disputa normalmente violenta entre dois ou mais grupos distintos de indivíduos, que se organizam na busca pela conquista desses objetivos. Normalmente, as guerras podem ser entre nações, ou grupos de uma mesma nação com intenções divergentes, ao ponto de gerar um conflito, sendo chamada de guerra civil ou conflito civil.

        Observa-se que, em muitas das sociedades onde há uma desigualdade social elevada, existe algum tipo de guerra ou conflito civil em curso ou constantemente surgindo.

        Os conflitos sociais costumam ser originados a partir de protestos em favor de melhores condições sociais. E as guerras sempre são um meio de países que já tem concentração alta de recursos, tentar  expandir-se, conquistando, através da imposição e da força, países mais fracos  econômica, militar e socialmente. Implicitamente, envolve a desigualdade social como causa.

Educação precária:

        A educação é um fenômeno que engloba os processos de ensinar e aprender e que existe em qualquer que seja a sociedade humana, guardadas as formas, os métodos e as proporções que são aplicados esses processos. A educação,  numa sociedade, promove a culturalização e a inserção do indivíduo no meio social, através do aprimoramento de suas capacidades intelectuais.

         Numa sociedade, quando a educação é afetada pela desigualdade social, reflete na qualidade com que se é aplicada a metodologia e as condições de espaço e estrutura  física a determinadas camadas da população, gerando um déficit no aprendizado e na qualidade em que se é transmitido o conhecimento a quem aprende.


        Essa precariedade em sistemas educacionais pode ter explicação em diversos fenômenos gerados pela desigualdade social, como má gestão pública de recursos financeiros, falta de interesse da população em se buscar um ensino de qualidade, uma vez que, diante da pobreza, a sociedade atingida pela desigualdade vê-se em uma escolha entre sobreviver ou aprender, e o fenômeno da evasão escolar que cresce em escalas altíssimas.

Pobreza:
         A pobreza é entendida como a carência de recursos econômicos, sociais, financeiros e de energia para mudar o que é imposto.

         O fenômeno da pobreza talvez seja o que mais traduza a desigualdade social como um todo, visto que é a primeira consequência observada e identificada como divergência entre quem detém a maior parte da renda e quem não tem ou quase não possui renda.

         Nota-se, nos países que têm os mais altos índices de desigualdade social, a disparidade entre ricos e pobres, em que uma parcela mínima, normalmente até 10% da população, detém mais de 50 % de todos os recursos econômicos, financeiros e sociais de uma população.
 
         A parte mais preocupante da pobreza é a por falta de  atitude de mudança, gerada por outro tipo de pobreza que é a financeira. A sociedade que sofre com o flagelo da pobreza, em geral, tende a se habituar sempre com o mínimo possível para a sobrevivência física.


         Dados das Organizações das Nações Unidas indicam que mais de 1,5 bilhões de pessoas no mundo sobrevivem com o equivalente a menos 1 dólar por dia.

 SOLUÇÕES PARA DIMINUIR A DESIGUALDADE SOCIAL

         A solução para um problema complexo como a desigualdade social não pode ser pensada de forma estritamente técnica, como se dependesse de uma equação matemática desenvolvida por economistas. Este é um equívoco muito comum quando esquecemos as raízes históricas de determinados problemas, por isso deve-se ter clareza de que este é um problema decorrente da própria estrutura sistêmica em que estamos inseridos, portanto pequenas reformas são incapazes de dar conta de todo o processo. Contudo, podemos apontar alguns caminhos que vemos como fundamentais na superação deste imenso problema social.

         O primeiro deles, sem dúvida, é o acesso a uma educação pública de qualidade, que atenda à realidade das populações envolvidas e seja capaz de formar seus sujeitos para uma ação política comprometida com os interesses coletivos. A educação deve ser vista não apenas como um processo de formação de mão de obra para ser absorvida pelo mercado de trabalho, mas essencialmente como um processo de formação da cidadania plena, que prepare seus sujeitos para participar ativamente de todos os espaços políticos (governos municipal, estadual, federal, poder judiciário, mídia, comitês de bacia, conselhos gestores, audiências públicas etc.), atualmente ocupados quase inteiramente por representantes das classes dominantes. É importante frisar que a superação da desigualdade social não pode se dar somente no nível individual, com “força de vontade e determinação para o trabalho”, como alguns pregam. A superação das desigualdades sociais deve ser pensada sempre em um nível coletivo, de classe, com a união dos grupos explorados e oprimidos (sejam eles de trabalhadores, de mulheres, negros, homossexuais, sem-terra, sem-teto etc.) se voltando contra a fonte da exploração que se encontra na raiz do sistema capitalista. 

         Além disso, é importante que o acesso ao conhecimento (científico e não científico) seja democratizado para que se supere a alienação social, permitindo que a população possa interferir nos processos produtivos não só no nível do consumo, mas também nos níveis de elaboração, produção e distribuição de produtos. No fundo, o que queremos dizer é que a superação das desigualdades sociais caminha junto com a democratização plena da sociedade, portanto lutar por democracia é também lutar pelo fim das desigualdades.

        
SOLUÇÕES PARA DIMINUIR A DESIGUALDADE SOCIAL NO BRASIL

         A sociedade brasileira deve perceber que sem um efetivo Estado democrático, não há como combater ou mesmo reduzir significativamente a desigualdade social no Brasil.
         O país precisa se reestruturar, a forma de pensar, de uma grande parte da população, precisa ser reformulada. É importante investir na educação, no trabalho e na cultura. E que seja, aos poucos, reduzido o número de jovens, futuros adultos, “mendigando” nas ruas para sobreviver. É essencial não ficar alienado às desigualdades do nosso país, onde uns têm milhões e outros não têm o que comer.

         Hoje, os programas de  transferência de renda do governo - incluindo assistência social, Bolsa  Família e aposentadorias - representam 20% do total da renda das famílias  brasileiras. Em 2008, 18,7 milhões de pessoas viviam com menos de π do salário  mínimo. Se não fossem as políticas de transferência, seriam 40,5 milhões. Isso  significa que, nesses últimos anos, o governo Lula tirou da miséria 21,8  milhões de pessoas. Em 1978, apenas 8,3% das famílias brasileiras recebiam  transferência de renda. Em 2008 eram 58,3%
         Para operar uma drástica  redução na desigualdade imperante em nosso país é urgente promover a reforma  agrária e multiplicar os mecanismos de transferência de renda, como a  Previdência Social. Hoje, 81,2 milhões de brasileiros são beneficiados pelo  sistema previdenciário, que promove de fato distribuição de  renda.
        Transferir renda aos  mais pobres é dever, em especial num país em que o governo irriga o mercado  financeiro engordando a fortuna dos especuladores que nada produzem. A questão  reside em ensinar a pescar, em vez de dar o  peixe. Entenda-se: encontrar a porta de saída do Bolsa  Família. 

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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