quarta-feira, 26 de março de 2014

TROVADORISMO


1.       Trovadorismo: origens, prosa e poesia trovadoresca.

Trovadorismo, que vai de 1198 ou 1189 (séc XII/ 12) a 1418.
Início não só do Trovadorismo, mas da própria literatura portuguesa,
CANTIGA DE GARVAIA OU DA RIVEIRINHA: O mais antigos textos literários escritos em galaico-português (ou galego-português) do trovador Paay Soárez de Taveyrós ou Paio Soares de Taveirós, dirigida a Maria Pais Ribeiro, chamada a Ribeirinha, amante do rei dom Sancho 1º.
A origem do Trovadorismo tem várias teses:
  • §  Arábica: cultura, velha raiz
  • §  Folclórica: criada pelo povo
  • §  Médio latinista: criada na idade média pela literatura latina
  • §  Litúrgica: litúrgico-cristã, produzida na mesma época

Tradição oral – passada através da linguagem, da fala, de pai para filho.

O idioma sofria influencias:
PROVENÇAL – França
GALEGA – Península Ibérica

Mas por que em galaico-português?
Espanha e Portugal formavam um só conjunto de reinos mais ou menos independentes, nos quais os falares, os dialetos conviviam lado a lado, influenciando-se mutuamente. O galego-português e o castelhano nasceram como dois dialetos da mesma língua neolatina e foram-se diversificando ao longo do tempo.

Contexto histórico e econômico
Os trovadores, no plano econômico, são artistas contemporâneos do feudalismo. 

DEUS NO CENTRO DE TUDO!
A IGREJA MANDAVA NO REI!
SOCIEDADE DIVIDIDA EM CASTAS!

Essa primeira fase da literatura portuguesa é composta por três categorias diferentes de textos:

Ø  A poesia trovadoresca
Foi a principal manifestação literária do Trovadorismo
Representada pelas cantigas, cantadas ou acompanhadas por instrumento musical.

CANTIGAS: Poesias cantadas
TROVADORES: Aqueles que compunham as poesias e as melodias que as acompanhavam
JOGRAL E MENESTRÉIS: Quem tocava e cantava as poesias (normalmente o próprio trovador).
Os trovadores geralmente pertenciam à pequena nobreza, embora alguns reis tivessem sido poetas.

Os poetas eram aqueles que "achavam" os versos, adequando-os às melodias e formando os cantares ou cantigas.

Ø  As cantigas medievais portuguesas:
O idioma empregado era o galaico-português.
Eram cantadas. 
Apenas homem escreviam as cantigas.
Podiam ser líricas ou satíricas.

MEDIDA VELHA: o tamanho do verso e a contagem das silabas.
REDODILHA MAIOR: 7 silabas.
REDODILHA MENOR: 5 silabas

Muitas cantigas trovadorescas foram reunidas em livros ou coletâneas que receberam o nome de cancioneiros.

Os 4 tipos de cantigas:

*      Líricas: Sentimentos, amor e sofrimento.

v  Cantiga de amor:

·         O eu-lírico é masculino;

·         Seu amor, a quem ele trata como superior, pela diferença de castas (ele está apaixonado por uma mulher de uma casta superior a sua), se tornando submisso a ela;

·         Ele canta a dor de amar e não ser correspondido, ele sofre (por esse amor não poder acontecer).

COITA: Sofrimento

v  Cantiga de amigo:

·         O eu-lírico é uma mulher;

·         Canta seu amor pelo amigo;

·         Encontra-se acompanhada de sua mãe e amigas;

·         Desgosto de amar e, depois, ser abandonada;

·         Impedimentos de ver seu amado;

·         Saudades do amor que teve;

·         Linguagem mais popular;

·         Refrão/ paralelismo (repetitivo);

·         Utiliza elementos da natureza.

AMIGO: namorado

*      Satíricas: humor e criticas ao comportamento social

v  Cantigas de escárnio:

·         De forma indireta;
·         Cheia de duplos sentidos;
·         O nome da pessoa satirizada não é revelado.

v  Cantigas de maldizer:

·         De forma direta;
·         Sem duplos sentidos;
·         É comum a agressão verbal;
·         Abertamente eróticas;
·         Às vezes são utilizados palavrões e termos chulos;
·         O nome da pessoa satirizada pode ou não ser revelado.

 

 

ª       Trovadores:

û  Afonso Sanches

û  Aires Corpancho

û  Aires Nunes

û  Bernardo Bonaval

û  Dom Dinis I de Portugal

û  D. Pedro, Conde de Barcelos

û  João Garcia de Guilhade

û  João Soares de Paiva ou João Soares de Pávia

û  João Zorro

û  Paio Gomes Charinho

û  Paio Soares de Taveirós (Cantiga da Garvaia)

û  Meendinho

û  Martim Codax

û  Nuno Fernandes Torneol

û  Guilherme IX, Duque da Aquitânia

û  Pedro III de Aragão



Ø  As novelas de cavalaria
A partir do final do século 13 - e durante o 14 - chegam a Portugal traduções do ciclo de narrativas arturianas, descrevendo as façanhas dos cavaleiros de Artur, rei e herói mítico.

Tais traduções não só influenciaram os usos e costumes sociais, incluindo as festas palacianas, as cerimônias de investidura, etc., como também fizeram surgir, no período literário seguinte (o Humanismo, 1418-1527), o Amadis de Gaula (1528), elogiada novela de cavalaria cujo verdadeiro autor - português ou espanhol - permanece um mistério.

Ø  Crônicas, hagiografias e livros de linhagens:

As crônicas: certo interesse pelo fato de representarem o início da historiografia portuguesa.

Hagiografias: nascem sob a influência da cultura clerical, através de traduções de vidas de santos e relatos de milagres.


Livros de linhagens: encontramos nesses livros textos curiosos e bem escritos, como uma descrição da Batalha do Salado, bom exemplo da prosa medieval portuguesa, e o esboço de uma história universal que, evidentemente, começa com Adão e Eva e termina nos reis portugueses que reconquistaram a península. Há também a "Lenda da Dama Pé de Cabra", mais tarde recontada por Alexandre Herculano.

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