1.
Trovadorismo: origens,
prosa e poesia trovadoresca.
Início não só do Trovadorismo, mas da própria literatura portuguesa,
CANTIGA DE GARVAIA OU DA RIVEIRINHA: O
mais antigos textos literários escritos em galaico-português (ou
galego-português) do trovador Paay
Soárez de Taveyrós ou Paio
Soares de Taveirós, dirigida a Maria Pais Ribeiro, chamada a
Ribeirinha, amante do rei dom Sancho 1º.
A origem do Trovadorismo tem
várias teses:
- § Arábica: cultura, velha raiz
- § Folclórica: criada pelo povo
- § Médio latinista: criada na idade média pela literatura latina
- § Litúrgica: litúrgico-cristã, produzida na mesma época
Tradição
oral – passada através da linguagem, da fala, de pai para filho.
O idioma sofria influencias:
PROVENÇAL – França
GALEGA – Península Ibérica
Mas por que em galaico-português?
Espanha e Portugal formavam um só conjunto de reinos mais ou
menos independentes, nos quais os falares, os dialetos conviviam lado a lado,
influenciando-se mutuamente. O galego-português e o castelhano nasceram como dois dialetos da mesma língua
neolatina e foram-se diversificando ao longo do tempo.
Contexto
histórico e econômico
Os
trovadores, no plano econômico, são artistas contemporâneos do feudalismo.
A IGREJA MANDAVA NO REI!
SOCIEDADE DIVIDIDA EM CASTAS!
Essa primeira fase da literatura portuguesa é
composta por três categorias diferentes de textos:
Ø
A poesia trovadoresca
Foi a principal manifestação literária do Trovadorismo
Representada pelas cantigas, cantadas ou acompanhadas por instrumento
musical.
CANTIGAS:
Poesias cantadas
TROVADORES:
Aqueles que compunham as poesias e as melodias que as acompanhavam
JOGRAL
E MENESTRÉIS: Quem tocava e cantava as poesias (normalmente o próprio
trovador).
Os trovadores geralmente
pertenciam à pequena nobreza, embora alguns reis tivessem sido poetas.
Os poetas eram aqueles que "achavam" os versos,
adequando-os às melodias e formando os cantares ou cantigas.
Ø As cantigas medievais portuguesas:
O idioma empregado era o galaico-português.
Eram cantadas.
Apenas homem escreviam as cantigas.
Podiam ser líricas ou satíricas.
MEDIDA
VELHA: o tamanho do verso e a contagem das silabas.
REDODILHA
MAIOR: 7 silabas.
REDODILHA
MENOR: 5 silabas
Muitas cantigas
trovadorescas foram reunidas em livros ou coletâneas que receberam o nome de cancioneiros.
Os 4 tipos de cantigas:

v Cantiga de amor:
·
O eu-lírico é masculino;
·
Seu amor, a quem ele trata
como superior, pela diferença de castas (ele está apaixonado por uma mulher de
uma casta superior a sua), se tornando submisso a ela;
·
Ele canta a dor de amar e
não ser correspondido, ele sofre (por esse amor não poder acontecer).
COITA: Sofrimento
v Cantiga de amigo:
·
O eu-lírico é uma mulher;
·
Canta seu amor pelo amigo;
·
Encontra-se acompanhada de
sua mãe e amigas;
·
Desgosto de amar e,
depois, ser abandonada;
·
Impedimentos de ver seu
amado;
·
Saudades do amor que teve;
·
Linguagem mais popular;
·
Refrão/ paralelismo (repetitivo);
·
Utiliza elementos da
natureza.
AMIGO: namorado

v Cantigas de escárnio:
·
De forma
indireta;
·
Cheia de
duplos sentidos;
·
O nome da
pessoa satirizada não é revelado.
v Cantigas de
maldizer:
·
De
forma direta;
·
Sem
duplos sentidos;
·
É comum
a agressão verbal;
·
Abertamente eróticas;
·
Às vezes são utilizados palavrões e termos chulos;
·
O nome da pessoa satirizada pode ou não ser revelado.
ª Trovadores:
û Afonso Sanches
û Aires Corpancho
û Aires Nunes
û Bernardo Bonaval
û Dom Dinis I de Portugal
û D. Pedro, Conde de Barcelos
û João Garcia de Guilhade
û João Soares de Paiva ou João
Soares de Pávia
û João Zorro
û Paio Gomes Charinho
û Paio Soares de Taveirós (Cantiga
da Garvaia)
û Meendinho
û Martim Codax
û Nuno Fernandes Torneol
û Guilherme IX, Duque da Aquitânia
û Pedro III de Aragão
Ø As novelas de
cavalaria
A partir do final do século 13 - e
durante o 14 - chegam a Portugal traduções do ciclo de narrativas arturianas,
descrevendo as façanhas dos cavaleiros de Artur, rei e herói mítico.
Tais traduções não só influenciaram os usos e costumes
sociais, incluindo as festas palacianas, as cerimônias de investidura,
etc., como também fizeram
surgir, no período literário seguinte (o Humanismo, 1418-1527), o Amadis de Gaula (1528), elogiada novela de
cavalaria cujo verdadeiro
autor - português ou espanhol - permanece um mistério.
Ø Crônicas, hagiografias e livros de linhagens:
As crônicas: certo
interesse pelo fato de representarem o início da historiografia portuguesa.
Hagiografias: nascem
sob a influência da
cultura clerical, através de traduções de vidas de santos e relatos de
milagres.
Livros de linhagens: encontramos
nesses livros textos curiosos e bem escritos, como uma descrição da Batalha do Salado,
bom exemplo da prosa medieval portuguesa, e o esboço de uma história universal que,
evidentemente, começa com Adão e Eva e termina nos reis portugueses que
reconquistaram a península. Há também a "Lenda da Dama Pé de Cabra", mais tarde
recontada por Alexandre Herculano.